TERÇA-FEIRA, 14 de março de 2013.
Conforme soubemos nos últimos dias, a
unidade local do Frigorífico Marfrig está dispensando trabalhadores nos últimos
dias. Até esta quinta-feira (14), 140 trabalhadores foram demitidos e o número
tenderia a aumentar ainda mais. O Presidente do Sindicato das Indústrias da
Alimentação de São Gabriel, Gaspar Neves, salienta que a situação é
preocupante.
Gaspar informou que o Marfrig alegou
falta de matéria-prima para abate, para justificar as demissões. "Além
disso, o que colabora também é a exportação de boi vivo, principalmente na
região de Pelotas, o que torna a matéria-prima escassa. E isso é muito ruim
para a região", frisa. O Frigorífico possui atualmente 677 trabalhadores,
sendo que 97 estão no INSS para perícia, por lesões decorrentes do trabalho.
Gaspar Neves, presidente do
Sindicato da Alimentação: "É uma situação muito preocupante, ainda mais
que a empresa recebe investimentos dos Governos Federal e Estadual para gerar
empregos em São Gabriel"
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O presidente questiona a ação do
Marfrig, desempregando trabalhadores mesmo recebendo incentivos dos Governos
Federal e Estadual para gerar emprego. "A empresa recebe recursos
como empréstimos e benefícios do BNDES, está inscrita no Agregar Carnes RS (que
deduz ICMS da empresa para investimentos) para manter os postos e demite
trabalhadores, isso não podia acontecer, vamos cobrar também", salientando
que nos últimos anos, o Frigorífico tem estado instável nesta questão.
"É uma preocupação nossa nos
últimos anos. Só em 2011, mesmo, foram 200 demissões, e a unidade tem realizado
abates muito pequenos, com pouca matéria-prima", afirmou. Gaspar ainda
informa que mesmo pagando estas demissões em dia, ainda há pendências do
Frigorífico com trabalhadores que já saíram. Os trabalhadores demitidos de 2010
a 2012, cujos complementos resultantes de acordo coletivo deveriam ter sido
pagos, não ocorreram estes pagamentos.
"Inclusive, também não foram
quitados o FGTS dos trabalhadores que estão no INSS, com auxílio-doença e que
foram transformados em auxílio-doença acidentário", explicando que é
preocupante trabalhadores que ficam com problemas de saúde ocupacional e que
são demitidos.
"É um grande grupo que veio gerar
muitos empregos, mas que acaba não sendo correspondida esta expectativa, e
muitos trabalhadores que estão de 3 a 6 anos neste mercado, ao serem demitidos,
saem com estes problemas. Eles vão conseguir emprego onde?", finalizando
que houve casos até de duas demissões na mesma família, como de casais que
trabalham na instituição, ao mesmo tempo.
As demissões podem aumentar até o final da semana. Já se fala talvez em
150 dispensas, o que é preocupante para a economia local.
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