Posted: 20 Feb 2013 10:42 AM PST
Por Carolina Gonçalves - da Agência Brasil
ONU destacará inclusão de grãos como a quinoa no esforço do combate à ameaça de fome em parte do planeta (CC/Bioversity International/D. Astudillo)
Brasília - A preocupação com a segurança alimentar no mundo deve dar o tom da sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorre hoje (20) em Nova York. O evento, realizado anualmente, será marcado pelo lançamento do Ano Internacional da Quinoa.
Ao reconhecer o valor nutricional do grão - que, segundo especialistas, reúne todos os aminoácidos essenciais para a alimentação adequada de uma pessoa, além de vitaminas, minerais, ácidos graxos e fibras -, as autoridades internacionais pretendem fazer um alerta sobre a importância desse tipo de alimento para o esforço mundial de combate à fome.
A proposta de representantes de países andinos e de de organismos da ONU ligados à questão produtiva e alimentar é mostrar que cereais como a quinoa, tradicionalmente consumidos por populações de várias classes econômicas nesses países, podem ser facilmente incorporados a uma alimentação balanceada em qualquer lugar do mundo.
Considerando o custo significativamente reduzido do produto, a inclusão do grão nas refeições pode significar, a partir de medidas simples de governos, a solução de muitos problemas de nutrição que ainda afetam grande parte da população mundial.
No discurso previsto para o início da manhã, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e a primeira-dama do Peru, Nadie Heredia, devem destacar o papel que esse grão pode desempenhar para a erradicação da fome e da pobreza e o fomento da nutrição. As autoridades internacionais também devem lembrar que a importância nutricional que o cultivo da quinoa teve para as civilizações pré-colombianas andinas.
Graziano ainda participa, no período da tarde, do encontro do Grupo de Alto Nível sobre Segurança Alimentar e Nutricional. Está prevista a presença do ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, do ministro da Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Pesca do Equador, Javier Ponce Cevallos, da ministra do Desenvolvimento Rural e de Terras da Bolívia, Nemesia Achacollo, e do ministro da Agricultura do Peru, Milton von Hesse La Serna.
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Posted: 20 Feb 2013 10:32 AM PST
Por William Nozaki - na Carta Maior
Como o padrão de desenvolvimento brasileiro é historicamente marcado pela desigualdade e pela exclusão, a recente onda de ampliação do consumo aparece como uma novidade que salta aos olhos. Entretanto, em que pese o papel fundamental das políticas públicas desde 2003, essa transformação não é exclusividade brasileira.
No caso do Brasil, como se sabe, tais tendências têm sido complementadas e dinamizadas pela ampliação do mercado formal de trabalho, pelo crescimento do crédito doméstico e pela melhora na distribuição de renda. A inclusão de um contingente significativo da população nos mercados de trabalho e de consumo tem se expressado naquilo que parte dos analistas tem chamado, de maneira um tanto quanto equivocada, de “nova classe média”. Como o padrão de desenvolvimento brasileiro é historicamente marcado pela desigualdade e pela exclusão, a recente onda de ampliação do consumo aparece como uma novidade que salta aos olhos. Entretanto, em que pese o papel fundamental das políticas econômicas e sociais inclusivas implementadas desde 2003, essa transformação não pode ser encarada apenas como uma exclusividade brasileira, pois ela também se observa em outros países emergentes e mesmo nos EUA. Uma pesquisa recente realizada pelo Credit Suisse, revelou que o perfil de consumo dos países emergentes está sofrendo mudanças e começa a se ampliar. Cada vez mais, esses países apresentam padrões de consumo que se aproximam dos países desenvolvidos, ou seja: com ampliação de gastos em compras de produtos que não são considerados “essenciais”. Enquanto Indonésia, Índia e Egito apresentam um consumo cada vez menos focado em “bens essenciais”, Brasil, China e Rússia apresentam expansão acelerada de consumo discricionário, já a Arábia Saudita bate recordes no consumo de bens de luxo. No caso dos EUA, a crise financeira provocou alterações nos padrões de consumo. O descompasso entre o endividamento e o nível de compra provocou um freio relativo no consumismo desregrado. Mas a relação entre o consumo pessoal e o PIB ainda permanece na média elevada de 70%. E, ainda que a quantidade de mercadorias compradas seja menor, o valor dos gastos com compras permanece elevado, isso porque os americanos têm privilegiado a compra de marcas consideradas “seguras”, que tem preço comparativamente maior. Eletrodomésticos (com destaque para a chamada “linha branca”), eletroeletrônicos (com ênfase nos televisores e aparelhos celulares), aparelhos de informática em geral e automóveis são bens de consumo cuja venda tem se expandido e cujo preço tem sofrido reduções em âmbito global, vale destacar que esse “barateamento” supera a própria elevação inflacionária. De acordo com dados da Economist Intelligence Unit, entre 2011 e 2012 o preço internacional dos eletrodomésticos sofreu queda de 2,4%, já o valor dos automóveis foi reduzido em 2,9%, enquanto equipamentos de TV, som e informática sofreram redução de 11,3%, o preço dos aparelhos celulares registra a maior baixa, 11,9%. Em média, o conjunto dos bens duráveis sofreu redução internacional de preço da ordem de 1.6%. Vale destacar, a redução no preço dos bens de consumo durável vem acompanhada da elevação no valor dos serviços, que sofreram aumento de 9% no mesmo período. Isso tem ocorrido, provavelmente, porque a nova fronteira de expansão empresarial tem se deslocado de lugar. Um bom exemplo disso pode ser encontrado na indústria de celulares, setor em que o valor do aparelho decresce na mesma proporção em que cresce o preço dos pacotes de serviço que esse mesmo aparelho pode agregar. Ou seja, o lucro das empresas concentra-se menos no aparelho em si e mais nos serviços que com ele são comercializados. O mesmo vale para a indústria de programas, aplicativos e softwares em geral. Nesse sentido, os direitos de propriedade intelectual, copyrights, e as diversas formas de circulação da informação precisam ser observados com grande atenção, pois se trata de uma fronteira importante de valorização do capital. Desnecessário dizer, há muito tempo o consumo já deixou de cumprir apenas suas funções tradicionais, de satisfação das necessidades materiais e simbólicas e de reprodução e diferenciação social, no capitalismo contemporâneo o consumo é uma forma de sociabilidade, ou seja: é um modo de relação do indivíduo consigo próprio e do indivíduo com a sociedade. O consumo atua como suporte da individualidade, em um mundo abarrotado de mercadorias massificadas o direito de liberdade de escolha restringe-se à liberdade de escolher o que se pode comprar, nesse ambiente o indivíduo resume-se à combinação individual de mercadorias que ele carrega em si e consigo. Essa diferenciação, por seu turno, expressa maiores ou menores habilidades na escalada da estrutura de classes. A ideologia da mobilidade social sugere que, no capitalismo, qualquer um pode ascender socialmente, note-se: não são “todos” que podem ascender, mas “qualquer um”, o fundamental é que todos acreditem que podem ser esse qualquer um, pois essa disposição alimenta de forma permanente o fôlego para o consumismo. Por trás desse processo o que ocorre é uma silenciosa disputa de valores entre um padrão econômico que promove o avanço do consumo de modo a difundir conquistas civilizatórias e um modelo econômico que provoca a expansão do consumismo de maneira a enraizar o individualismo exacerbado e a competição desregrada, conduzindo ao hedonismo e à barbárie. É preciso estar alertar para essa linha tênue e perigosa que separa o consumo como forma de inclusão do consumismo como forma de perpetuação da desigualdade e da diferenciação. |
Posted: 20 Feb 2013 10:27 AM PST
Por Marcelo Justo - na Carta Maior
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Posted: 20 Feb 2013 05:52 AM PST
Por CUT Nacional com informações do TST e da Agência Brasil
Decisão assegura o pagamento dos salários e demais direitos correspondentes ao período da garantia provisória de emprego ![]()
A Terceira Turma deu provimento ao recurso de uma enfermeira de São Paulo que solicitou a sua reintegração ao trabalho após rescisão durante a gravidez. Com duas decisões negativas na Justiça, a trabalhadora recorreu ao TST. Na apelação, ela sustentou que o pré-aviso não significa o fim da relação empregatícia, "mas apenas a manifestação formal de uma vontade que se pretende concretizar adiante, razão por que o contrato de trabalho continua a emanar seus efeitos legais".
O relator do processo, ministro Maurício Godinho Delgado, destacou que a data de saída a ser anotada na Carteira de Trabalho deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado e entendeu que a estabilidade estava configurada.
"A medida é muito importante para a cada dia irmos superando as discriminações contra as mulheres. Sabemos que o espaço do mundo do trabalho ainda é muito desigual, onde as mulheres recebem menos que os homens mesmo com mais escolaridade. Somos as principais vítimas do assédio moral e sexual e estamos nas funções mais precárias. Lutamos cotidianamente para superar estas desigualdades e medidas como essa nos faz acreditar que a luta das mulheres não tem sido em vão. A decisão do TST reforça a nossa luta por uma sociedade justa e igualitária, onde as mulheres sejam sujeitos de direitos", celebrou Rosane Silva, secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT.
A estabilidade já é um direito assegurado às gestantes em contrato regular de trabalho. A decisão do TST abrirá um precedente para que este direito seja estendido àquelas que já foram demitidas ou pediram demissão.
“A decisão do TST contribui decisivamente para o combate à discriminação contra as trabalhadoras, especialmente as grávidas, uma luta histórica da CUT. Mais que isso, garante às mulheres o direito de engravidar sem que seus projetos profissionais sejam afetados. É importante ressaltar também a manutenção dos convênios médicos, fundamentais para garantir a saúde da mãe e do bebê”, declarou Vagner Freitas, presidente da CUT.
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